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ABRH-PR – Associação Brasileira de RH – Paraná

A ABRH-PR realizou no dia 16/05 (terça-feira), no Hotel Bourbon, mais uma edição do Bom Dia RH. Cerca de 60 pessoas prestigiaram o evento que teve como tema “Como construí empresas saudáveis”.  Participaram como painelistas: Ana Carolina Peuker (psicóloga e CEO da Bee Touch), Viviane Cecília Lunelli (especialista em contabilidade, controladoria e presidente da Lunelli), Gustavo Arns (professor e idealizador do Congresso Internacional de Felicidade) e Mikhael Narduci (coach e consultor organizacional em Marketing e Vendas). O evento teve o apoio da Chie e da rádio Band News FM.

A abertura foi feita pelo presidente da ABRH-PR, Gilmar de Andrade, que agradeceu a presença de todos. “É sempre um bom momento discutir as organizações saudáveis, que nos últimos tempos está sendo um desafio, em virtude da pandemia”. Gilmar também anunciou que a premiação do Prêmio Ser Humano será no dia 22 de agosto, em Curitiba/PR. Na sequência a vice-presidente Charmoniks Heuer falou sobre a importância do tema, “precisamos trabalhar com pessoas produtivas, para sermos assim precisamos estar bem psicologicamente”.

Pessoas saudáveis constituem empresas saudáveis

Gustavo Arns abriu o painel desmistificando o conceito de uma empresa saudável, resumir-se a ser bem sucedida financeiramente. “É preciso mudar, pois é um paradigma que nos mantêm adoecidos. Pessoas saudáveis constituem empresas saudáveis, é importante estabelecermos a ciência da felicidade”, disse. E isso passa pelo reconhecimento do que é a felicidade e acreditar que é possível ser feliz no trabalho.

Arns explica que as escolhas estão limitadas dentro do enquadramento social. Portanto, é preciso olhar com cautela. “A felicidade no âmbito coletivo, como podemos construir mais bem estar. Uma sociedade mais justa, pacífica e colaborativa”, afirmou. Dentro desse espectro entender qual o papel das organizações em confluência às pessoas, ao ambiente, à sociedade, ao Poder Público.

“Há um espaço de construção de saúde que pode ser potente para as pessoas e organizações”, resumiu Arns. E ele entender que o RH é fundamental no processo, em especial nesse período pós-pandêmico em que se colhe as dificuldades passadas pelas pessoas. “Mas, eu sinto que há um fortalecimento da área. É no RH que nasce a semente das transformações”, finalizou.

O futuro do trabalho depende de energia humana renovável

 Como construir um ambiente livre de estresse e evitar uma cultura tóxica no trabalho? A crise pandêmica trouxe um impacto muito grande na saúde mental e os especialistas acreditam que hoje as pessoas estão vivendo a quarta onda, ou seja, o trauma da pandemia com o adoecimento mental. A primeira onda tem relação com a pandemia em si, depois o colapso no sistema de saúde e a terceira onda refere-se ao agravamento de outras doenças crônicas.

Foi com esse resumo que a psicóloga Ana Carolina Peuker iniciou a sua apresentação. O tema da saúde mental se tornou global, até 2030 o custo decorrente dos afastamentos e outras questões referentes à saúde mental pode atingir o valor de US$ 16 trilhões para as empresas.

Ana Carolina mostrou que os afastamentos mentais cresceram 30% desde 2020 e que um dos fatores é a falta de método nas empresas. “As organizações tomam medidas reativas porque não conseguem identificar e prevenir os problemas dos trabalhadores. Investimentos em saúde mental pode beneficiar as empresas, mas se as organizações fazem ações de prevenção, o retorno sobre investimento chega a ser o dobro”, disse.

A psicóloga entende que para construir uma empresa saudável é necessário descobrir a a causa raiz e não delegar a discussão apenas à doença em si. É possível identificar as causas no conteúdo, na carga de trabalho, no ambiente, nos equipamentos disponíveis, nos controles internos, na cultura organizacional, nos relacionamentos entre os profissionais, no papel na organização na sociedade, no desenvolvimento de carreira, na interface trabalho/família, entre outros.

Ana Carolina mostrou uma pesquisa do MIT em que mais de 90% dos CEOs e CFOs americanos acreditam que a cultura corporativa melhora o desempenho organizacional, sendo que a cultura saudável é um dos principais fatores. Só que 80% concorda que a cultura da sua organização poderia melhorar. “Fatores psicossociais são gerenciáveis, desde que medidos e controlados”, pontuou.

Ações simples e delicadas fazem diferença

A fala seguinte foi um relato pessoal do coach Mikhael Narduci. “Acredito que posso contribuir mostrando o aspecto da vulnerabilidade”, iniciou. Narduci contou a sua experiência traumática durante a pandemia, ocasionada por trabalhar em uma empresa com uma cultura tóxica. “Eu exemplifico o que foi mostrado anteriormente, de como essa cultura pode minar a sua saúde mental”.

Narduci entende que as oportunidades da gestão vêm com a generosidade. A importância da liderança consciente e estar atento ao que o colaborador está passando. “Olhe para as pessoas e entenda um pouco além do dia a dia profissional”, disse. Para ele, a prosperidade é poder se adaptar e estar em mudança com controle, em um ambiente frutífero, mas sempre atento às pessoas.

O sucesso depende da felicidade e satisfação dos colaboradores

Viviane Cecília Lunelli é presidente da Lunelli, uma indústria têxtil com 14 unidades produtivas, 23 milhões de peças produzidas por ano e 4,9 mil colaboradores, sendo 68% mulheres e 32% homens. Ela ficou responsável em apresentar um case prático e como a experiência em uma empresa familiar com valores muito sólidos traz resultados e satisfação às pessoas.

“A nossa missão é melhorar a vida das pessoas através de oportunidades, produtos e serviços. Olhar para a comunidade interna e externa, em uma construção diária e uma jornada contínua”, disse. Viviane acredita que a obsessão que a companhia tem por resultados vem lastreada pela missão e pela visão muito clara e difundida. “A nossa relação de simplicidade é muito importante e a empatia é um exercício diário”, completou.

A empresária explicou sobre o conceito de “Moda com significado” criado pela Lunelli. O intuito é criar uma moda com propósito, pensando em todas as etapas. São roupas que fazem a moda ter significado na vida das pessoas. “É cuidar de toda a cadeia e relações. As peças tem vida, tem alma e demonstram o cuidado com as pessoas”.

A Lunelli possui um centro de treinamento, onde realiza 39 mil horas de treinamento, sendo 4,5 mil dedicados à capacitação das lideranças. São 288 colaboradores beneficiados por bolsas de estudos e 20,4 milhões de reais distribuídos em lucros e prêmios de produção.

Texto: Básica Comunicações

Foto: Leandro Provenci