- 23 de setembro de 2024
- Por: ABRH-PR
- Categorias: Atualidades, Gestão, Mercado de Trabalho
Mariana Schuchovski, PhD. Palestrante, consultora e especialista em ESG e Sustentabilidade, com mais de 20 anos de atuação na área| Foto: Divulgação
O que as empresas entenderam, ou pelo menos uma parte delas, é que os seus impactos como organização não impactam só de dentro para fora, mas é uma relação dupla de impacto. Impactam também elas mesmas.
Como transformar uma empresa mais sustentável? Se as pessoas são responsáveis pela tomada de decisão, por que não criar uma cultura empresarial que valorize a sustentabilidade? Algumas respostas para estas perguntas podem ser formadas a partir do conceito de eco-governança.
O assunto não é novo, mas diante do aumento da preocupação de empresas e pessoas sobre o cuidado com o Planeta e das práticas ESG (sigla que reúne critérios ambientais, sociais e de governança) ele tem ganhado mais protagonismo atualmente. Eco-governança refere-se ao conjunto de processos, políticas e práticas que gerenciam as interações humanas com o meio ambiente, envolvendo a tomada de decisões e a implementação de ações voltadas para proteção, conservação e uso sustentável dos recursos naturais.
O conceito ajuda a ampliar o olhar da empresa e da relação que ela tem com o espaço que atua, com as pessoas e no ambiente em que está inserida, permitindo direcionar a responsabilidade corporativa relacionada à sustentabilidade ambiental para as pessoas que fazem parte da corporação.
Segundo a PhD, palestrante, consultora e especialista em ESG e Sustentabilidade, com mais de 20 anos de atuação na área, Mariana Schuchovski, o crescimento do assunto se deu porque as empresas perceberam que as questões de sustentabilidade compreendem riscos para seu funcionamento e, consequentemente, podem representar perdas financeiras.
“O que as empresas entenderam, ou pelo menos uma parte delas, é que os seus impactos como organização não impactam só de dentro para fora, mas é uma relação dupla de impacto. Impactam também elas mesmas”, explicou Schuchovski sobre o tema estar sendo mais debatido atualmente.
Enquanto algumas empresas já têm esse olhar há anos, outras estão se unindo à causa por conveniência e outras estão buscando atitudes agora porque ficaram constrangidas. Mas, segundo a palestrante e consultora, para que a eco-governança de fato dê resultados é preciso lembrar que “toda estratégia de atuação de uma empresa em relação à sustentabilidade e ESG deve estar pautada por aquilo que faça sentido para a empresa.” Do contrário, deve-se estar em alerta para as práticas de greenwashing, que acontece quando as marcas criam uma falsa aparência de sustentabilidade em suas ações, ou até mesmo de serem iniciativas em vão.
Um movimento que acontece em cadeia
Hoje em dia é sabido que a preocupação com a eco-governança nas organizações é impulsionada pelas grandes empresas e multinacionais, principalmente pela visibilidade, pela relação com os investidores ou regulamentações e restrições do comércio exterior, e pelo risco financeiro. Porém, a dinâmica sustentável passa dos maiores para os menores, se difunde entre as pessoas da organização e começa a ampliar a discussão.
“A gente sabe que esse é um movimento que começa com grandes empresas. Só que para elas alcançarem bons resultados, elas precisam fazer a operação completa. Em casa, todo mundo tem uma lista gigantesca de fornecedores, de empresas menores que fazem isso também e que precisam fazer se quiserem continuar nessa cadeia produtiva”, pontuou Schuchovski
O que muitos se perguntam é se ainda teremos tempo para que essa movimentação aconteça e traga resultados efetivos. E sim, por mais que os avisos de cientistas não sejam de agora, Schuchovski acredita que sempre há tempo para transformar.
“O próprio entendimento dessa visão conectada que a eco-governança nos dá, nos permite avançar a passos mais rápidos com mais assertividade agora. Os desafios são grandes, as nossas ferramentas também são e a gente tem uma lição de casa importante para fazer”, finaliza a PhD.