- 4 de novembro de 2024
- Posted by: ABRH-PR
- Categories: Atualidades, Gestão, Mercado de Trabalho
Etarismo e cultura organizacional: desafios e caminhos para um ambiente mais inclusivo
Discriminação baseada na idade é uma realidade presente em muitas organizações e pode impactar diretamente no dia a dia profissional.
O etarismo, também conhecido como discriminação baseada na idade, é uma realidade presente em muitas organizações e pode impactar diretamente o ambiente de trabalho. A prática envolve suposições e preconceitos que prejudicam tanto os colaboradores mais velhos quanto a diversidade no local de trabalho.
No Grupo de Aprendizado e Conexão em Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR), o tema tem sido amplamente discutido, visando a criação de uma cultura organizacional que valorize todas as faixas etárias.
“Muitas vezes, os preconceitos não são explicitamente verbalizados, mas estão presentes nas decisões ao longo da jornada do colaborador, desde a atração de talentos até a sua saída da empresa”, explica Alba Torres, consultora em Recursos Humanos. Ela aponta que suposições como “pessoas com mais de 50 anos têm dificuldade de aprender novas tecnologias” são exemplos de como o etarismo pode impactar negativamente o ambiente de trabalho.
De acordo com a consultora, essas suposições podem ser expressas de forma velada, em piadas ou comentários irônicos. “O impacto negativo se reflete diretamente no nível de confiança do grupo, criando uma falsa harmonia entre os membros da equipe”, afirma. Esse ambiente prejudica não apenas a colaboração, mas também o desenvolvimento da inovação dentro das organizações.
Construindo uma cultura organizacional inclusiva
“Recrutamento inclusivo, treinamentos voltados à conscientização, flexibilidade de trabalho e benefícios diversificados são fundamentais para promover um ambiente inclusivo para todas as gerações”, destaca Haydée Rodrigues, consultora com mais de 40 anos de experiência no desenvolvimento de pessoas e organizações.
Ela reforça que a flexibilidade é essencial, seja por meio de jornadas reduzidas, trabalho remoto ou horários flexíveis, o que permite que diferentes gerações convivam harmoniosamente no mesmo ambiente de trabalho. “O reconhecimento vai além de uma recompensa financeira; ele envolve celebrar os resultados e o valor que cada pessoa traz para a organização, seja em reuniões presenciais ou em plataformas internas”, complementa.
O papel dos líderes
“Os líderes e gestores são os guardiões da cultura organizacional”, destaca Simone Cipriano, também consultora em Recursos Humanos. Ela explica que os líderes precisam valorizar as experiências e perspectivas diversas que uma equipe multigeracional traz, incentivando a participação de todos os membros nas discussões e decisões.
“Eles devem estar atentos para evitar estereótipos e garantir que cada colaborador se sinta acolhido e valorizado, independentemente da idade”, observa Cipriano. Além disso, líderes devem ser capacitados para lidar com equipes multigeracionais, promovendo diálogos intergeracionais que contribuam para a troca de experiências e o aprendizado mútuo.