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ABRH-PR – Associação Brasileira de RH – Paraná

Na manhã desta terça-feira (06), a Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR) realizou mais uma edição do Bom Dia RH, no Hotel Bourbon. Para a palestra “A organização dirigida por valores: como medir e gerenciar a cultura corporativa para gerar resultados”, com o consultor Caio Brisolla. Também houve a apresentação do case do Grupo Marista sobre transformação cultural, com o HR Director & Internal Communication do Grupo Marista, Leandro Figueira Neto.

 

A abertura foi feita pelo presidente da ABRH-PR, Adeildo Nascimento, que falou sobre a importância do evento, cujo tema está alinhado ao propósito da ABRH-PR. “A humanização do trabalho, nunca vivemos um momento de tantas oportunidades e de, cada vez mais, compararmos empresas aos seres humanos”, disse. Ainda refletiu sobre o paradigma que havia, no passado, de um mundo parecido com uma máquina, “o que nos levava ao ser humano máquina, também”, complementou. Fala-se de essência e alma da organização, que pode ser controlada, gerenciada por valores, “isto remete ao ser humano. Toda vez que ouço isso, fico entusiasmado”, finalizou. Nascimento ainda anunciou oficialmente a vinda do guru britânico e uma das principais referências mundiais sobre liderança e valores nas organizações, Richard Barret. O evento será feito em parceria com o Grupo Marista.

 

Uma organização é regida por valores

Um dos 50 RHs mais admirados do Brasil, o consultor Caio Brisolla, iniciou a sua palestra apresentando diversas estatísticas que comprovam a importância e influência da cultura nos resultados de uma empresa. Como por exemplo, 84% dos executivos concordam que a cultura gera sucesso do negócio, 86% apontam a cultura corporativa como um dos principais desafios e 87% das empresas entendem que a integração da cultura foi crítica para o sucesso da transação. “Ou seja, a cultura entrou na agenda dos executivos”, complementou.

 

“Cultura é um ativo, que quando bem gerenciado, traz resultados sustentáveis. Não só financeiro, mas para os stakeholders”, afirmou Brisolla. Em outra pesquisa que apresentou, 55% das empresas obtiveram 10% do aumento de lucro operacional por investirem em cultura. E, hoje em dia, não é apenas o fator financeiro que motiva as pessoas, prova disso é que a geração dos milênios dá muita importância ao propósito e ao impacto social das organizações. “Uma pesquisa mostra que 56% dos milênios não trabalhariam para uma empresa se não acreditassem em seus valores”, disse.

 

Mudanças de mentalidade

Brisolla comentou que a colaboração é interdisciplinar, “a inovação não está só dentro da empresa, muitas estão inovando com ideias que vieram de fora”. Cada vez mais o processo decisório está baseado em dados e é tomada pela linha de frente, deixando para trás o aspecto hierárquico e de experiência. “Da rigidez e aversão ao risco, para o ágil, experimental e adaptável”.

 

A entropia cultural é um indicador que mostra como o investimento em cultura gera resultados. “É uma energia que em meio ao caos, se dissipa”, complementou. E é uma amostra do quão improdutiva uma empresa pode ser, pois suas métricas evidenciam o trabalho improdutivo que pode estar presente na burocracia, excesso de processos, competição interna, entre outros.

 

Brisolla reforçou que a cultura organizacional é uma vantagem competitiva, pois é muito difícil de ser copiada A importância dos ativos intangíveis no valor das empresas já está atingindo o patamar de 84%. Com toda essa argumentação, o consultor passou a dar definições sobre o que é cultura. “A cultura de uma organização de indivíduos é o reflexo dos valores, crenças e comportamentos dos líderes de grupo”.

 

Na sequência, explicou sobre os tipos de cultura: Hegemônica ou Dominante (predominantemente seguidos pelos líderes), Residual (herança) e Emergente (novos valores, significados criados pelas novas gerações). Explicou, também, como a cultura se expressa por meio de Símbolos e Artefatos; Rituais e Costumes; Regras do Negócio e Comportamentos e Liderança. Também mostrou como a cultura se expressa, de forma meritocrática, inovadora, participativa, com foco no cliente e a partir do respeito. “A cultura muda, não toda hora, mas também mudamos em função do que acontece no ambiente externo, no mercado e outras situações. Mas no dia a dia, uma vez que ela foi definida e é marcante, é preciso verificar seu funcionamento”, disse.

 

A conclusão da palestra foi com algumas reflexões sobre o tema. “As melhores práticas em gestão de cultura resumem em definir um propósito claro e priorizar, investir o suficiente para causar impacto, criar um plano para gerenciar a mudança, medir a evolução da mudança, descobrir líderes com a combinação de valores”, disse Brisolla. E, em consonância com a nova gestão da ABRH-PR, o consultor sublinhou alguns pontos. Dentre eles que as transformações não dizem respeito à tecnologia e sim às pessoas.

 

Por fim, Carlos Brisolla explicou sobre o teste de “Avaliação de Valores Pessoais”, elaborado pelo Barret Values Centre e utilizado pelo consultor. E para mostrar a aplicabilidade da metodologia o HR Director & Internal Communication do Grupo Marista, Leandro Figueira Neto, mostrou o case do Grupo Marista e a transformação de cultura da organização.

 

Texto: Adriana Mugnaini – Básica Comunicações – agência de conteúdo

Fotos: Felipe de Souza