- 17 de outubro de 2019
- Posted by: Adriana Básica Comunicação
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Os resultados do 11º Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos foram conhecidos na noite desta quarta-feira (16) em evento realizado pela ABRH-PR no Hotel Bourbon. A apresentação foi do consultor Dórian Bachmann (Bachmann & Associados), responsável pelo levantamento e organização dos dados. O estudo contou com a participação de 127 empresas paranaenses, compilando um universo de aproximadamente 115 mil empregados.
A abertura foi feita pela vice-presidente da ABRH-PR, Andréa Gautè, que falou sobre a importância do Benchmarking que representa um retrato das práticas no Paraná. “Estamos num processo de crescimento e como profissionais de Recursos Humanos, temos enormes desafios. Temos que nos desenvolver, nos reinventar, nos reestruturar como área. Trazermos informações, dados e indicadores para que os líderes possam tomar decisões estratégicas”, falou. Na sequência, Andréa apresentou Dórian Bachmann, responsável pela organização do estudo, em parceria com a ABRH-PR.
No início da sua fala, Dórian Bachmann começou abordando o People Analytics, em que os dados dos funcionários de uma empresa municiam o gestor de pessoas, por meio da Inteligência Artificial. Para ilustrar, citou exemplos, como o da IBM, “a empresa afirma prever com 95% de precisão os funcionários que provavelmente sairão nos próximos seis meses. Os nomes são fornecidos aos gerentes que têm, então, um tempo para agir e reter os colaboradores. Só identificar o problema já é uma parte importante da solução”, disse. Também apontou a Nielsen, uma multinacional de pesquisa de informações de varejo, que descobriu que um movimento lateral aumenta em praticamente 50% a chance de um profissional ficar na empresa.
Na avaliação de Bachmann, o gestor de RH terá que transitar em um novo ambiente com números e análises. Além de ter ciência do uso da tecnologia. “A boa notícia é que o RH não terá que saber programar ou dominar essas tecnologias, mas deverá ser capaz de dialogar com os profissionais da área: engenheiros e cientistas de dados, para fazer as perguntas certas e debater a interpretação das respostas”, falou. Esta habilidade é denominada de Alfabetização Matemática.
O Benchmarking
O Benchmarking Paranaense de Recursos Humanos analisa dados de 12 indicadores: Rotatividade, Rotatividade Voluntária, Absenteísmo, Absenteísmo Médico, Retenção 90 dias, Horas Extras Pagas, Grau de Terceirização, Participação do Salário Variável, Grau de Escolaridade, Índice de Treinamento, Equidade de Gênero e Taxa de Frequência de Acidentes com Afastamentos.
Rotatividade Média Anual
Em 2017 o Benchmarking mostrou a rotatividade mais baixa desde o início da sua produção. Bachmann apontou que, agora, percebe-se que a Rotatividade que vinha caindo estabilizou, repetindo o resultado do ano anterior, em 27%. “Apesar de parecer não ter havido melhora, esse resultado é bom se considerarmos que o mercado de trabalho mudou para melhor no Paraná. Foram criadas pouco mais de 40 mil”, complementou.
Ele explicou que não é possível gerir o RH sem levar em conta os aspectos macroeconômicos. As dificuldades decorrentes do baixo crescimento do país afetam a gestão de pessoas, pois dificultam a oferta de salários e benefícios melhores mas, em contraposição, reduzem a oferta de boas vagas, fazendo com que os colaboradores tenham menor disposição para sair. “Agora, o mercado está reagindo. Em 2018 foram criadas 40256 vagas. Nos primeiros oito meses de 2019, já foram criadas praticamente 50.000 vagas e a realidade dos RHs começa a mudar”, disse.
Rotatividade Voluntária
Se a Rotatividade aumentou porque o mercado de trabalho está melhor, faz sentido que tenha aumentado o número de pedidos de demissão. O indicador que vinha caindo ano após ano, voltou a crescer em 2018, que bateu a casa dos 30%. “Reter os bons colaboradores será o maior desafio das empresas, com o crescimento das oportunidades de emprego nos próximos anos”, pontuou.
Retenção 90 dias
De todos os indicadores do levantamento, o que mais surpreendeu foi a Retenção 90 dias, também associado à movimentação de pessoas. Ele mostra o percentual de novos empregados que permaneceu na empresa ao final do período de experiência. Segundo dados odo próprio Benchmarking, de 2012 a 2015 o patamar era de 82,3%, em 2016 o nível subiu para 88,3%. “A melhora ocorreu em todos os setores, é inquestionável.
Ainda assim, as empresas perdem 1 em cada 10 empregados nos primeiros 90 dias”, disse Bachmann.
Absenteísmo
O Absenteísmo, tão prejudicial à produtividade e à rentabilidade das empresas está gerenciado na faixa dos 2%, o que é um resultado razoavelmente bom, principalmente se comparado aos anos anteriores. O Absenteísmo Médico ou por razões de saúde ficou em 61% do tempo.
Percentual de mulheres
Para Bachmann, a participação feminina na força de trabalho continua crescendo, lenta e firmemente a cada ano. “Como falei nos dois últimos anos, o esforço deve ser mais na qualidade que na quantidade, buscando colocar a mulher em posições mais qualificadas”, comentou. Ele ainda disse que o percentual de mulheres varia bastante com o segmento de negócio. “Nos hospitais é elevado, 82,3% em 2018, e baixo nas indústrias de celulose e papel, com 14,2%. Mas, quero destacar mais um fator de influência. A maior dificuldade de inserção das mulheres no mercado de trabalho ocorre nas indústrias de médio porte”, informou Bachmann.
Texto: Básica Comunicações
Fotos: Felipe de Souza