- 15 de setembro de 2021
- Posted by: Adriana Básica Comunicação
- Category: Atualidades
***Artigo de Gisele Haas
O ano é 2021 e o framework da vez é o BANI e com ele termos como lifelong learning e flexibilidade cognitiva estão em pauta, entender o momento que estamos vivendo e compreender o que são estas habilidades e competências será um grande diferencial para profissionais e suas organizações.
Apesar de muitos conhecerem o framework BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible) somente após início da pandemia, foi em 2018 que o antropólogo Jamais Cascio criou e trouxe a público a sua visão por considerar que o VUCA era ultrapassado, mas foi durante o ano de 2020 que o BANI ganhou força por refletir bem a realidade da sociedade após início da pandemia.
Um dos grandes desafios das organizações e seus profissionais têm sido lidar com esta realidade frágil, ansiosa, não linear e incompreensível, mas como se preparar para aquilo que nunca se viveu antes? Em geral as respostas são: que não tem como se preparar. Percebo que este ponto de vista é com base no fato em si, exemplo a pandemia, realmente não tínhamos como prever e se preparar, porque nunca foi vivido algo semelhante, mas se olharmos com a perspectiva de adaptação e busca de solução independente do cenário, é possível nos preparar e é aqui que entra o lifelong learning e a flexibilidade cognitiva.
O Lifelong learning é um conceito sobre aprendizagem ao longo da vida formal e informal, ou seja, o hábito de buscar novos conhecimentos e aprendizados de forma autônoma e constante, e os seus 4 pilares são:
1 – Aprender a conhecer = Conhecimento autônomo: para desenvolver este pilar é necessário curiosidade, reflexão, questionamento e pensamento crítico.
2 – Aprender a fazer = Aprendizagem on-the-job: com base na metodologia de aprendizagem 70:20:10, o
aprendizado adquirido em cursos equivale a 10%, sendo 20% da interação com outras pessoas e 70% de experiências próprias, o hábito é construído com a prática do conhecimento.
3- Aprender a conviver = Aprendizado por meio da convivência: é mais que comprovado que qualquer tipo de troca de informação e interação com outras pessoas, promove aprendizado e aprimora conhecimentos.
4 – Aprender a ser = Autonomia de aprendizado: o profissional precisa ter o mindset de protagonista, sendo responsável por sua jornada de desenvolvimento, busca de conhecimento e aprendizagem.
Uma habilidade que contribui no processo de ser um lifelong learning é a flexibilidade cognitiva, para muitos é um termo novo, mas em 2016 o Fórum Econômico Mundial divulgou no relatório sobre o Futuro do Trabalho a necessidade dos profissionais se desenvolverem nesta habilidade até 2020, estamos em 2021 no meio do 3° quarter e com poucos profissionais e organizações trabalhando sobre o tema.
O conceito da flexibilidade cognitiva ou flexibilidade mental é a habilidade de explorar novas ideias, novas experiências, buscar caminhos alternativos e mudar de pensamentos, é se permitir revisitar seu conhecimento e crenças e questionar o que é valido manter e o que é necessário reaprender ou aprender, buscar novas fontes, diversificando o seu saber e sua rede de convívio. O termo “pensar fora da caixa” vem de encontro com esta habilidade, uma vez que você terá que buscar alternativas incomuns, não se limitando e ficando condicionado aos seus padrões e vivencias para solucionar um problema ou inovar.
Ter profissionais com flexibilidade cognitiva em suas equipes faz com que a organização se torne altamente competitiva e com uma mentalidade ágil, eles se adaptam melhor a mudanças e adversidades, possuem capacidade de encarar uma situação a partir de diferentes perspectivas, tem facilidade em atuar em diferentes tipos de situações e atividades simultaneamente, são mais flexíveis e tolerante a erros, possuem facilidade em criar soluções alternativas e valorizaram a opinião do outro, além de ser uma habilidade que permite fazer novas conexões do saber, uma vez que há um repertório mais amplo devido a diversidade de conhecimento e experiências, o que contribui para não ficar no “pensamento automático”.
A 4° revolução industrial e seu impacto no mundo do trabalho levaram o Fórum em 2016 listar habilidades que eles consideraram que só o ser humano seria capaz de fazer, ouso dizer que as organizações que se destacaram e se reinventaram no ano de 2020 e 2021 tem em seus times pessoas com flexibilidade cognitiva desenvolvida, ou melhor adquirida e por isso responderam e se adaptaram rápido as necessidades do momento.
Gisele Haas é Business Partner de RH da Senior Unidade Curitiba, patrocinadora de gestão da ABRH-PR