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ABRH-PR – Associação Brasileira de RH – Paraná

Palestrante do Bom Dia RH, Juliana Sardinha reforçou que a CNV não é um jeito bem legal e bem educado de falar que o outro está errado

 O Tecpar recebeu na manhã desta quinta-feira (15/08) mais uma edição do Bom Dia RH, organizado pela ABRH-PR. Mais de 80 pessoas acompanharam a palestra de Juliana Sardinha, diretora executiva na Efficacia, que abordou a Comunicação Não-Violenta para Lideranças. Desde 2013, ela tem se dedicado ao estudo e prática da CNV, integrando seus conhecimentos empresariais para criar ambientes de trabalho mais empáticos e eficientes.

A Diretora de Tecnologia e Inovação do Tecpar, Simone Campos, representando o Diretor-Presidente Celso Kloss, deu as boas-vindas a todos, destacando que a questão da relação de conversa, de comunicação entre os colaboradores de uma empresa é fundamental. “Enquanto líder você precisa fazer da melhor forma possível essa relação e transmitir a cooperação das equipes para atingir seus objetivos”, observou.

“O tema comunicação não-violenta para lideranças é um assunto relevante nos dias atuais, bem como é importante falarmos a mesma linguagem. Mas nem sempre é fácil, pois as organizações têm colaboradores de diferentes gerações. E falar de comunicação sempre é bom, pois ela permeia a nossa vida pessoal e profissional”, acentuou Luci Mara Andreatta, Gerente Estratégica de Pessoas do Tecpar.

O Presidente da ABRH-PR, Gilmar de Andrade, lembrou, em sua mensagem de boas-vindas, o prazer de receber os participantes do evento no Tecpar porque faz parte dessa organização. “Uma empresa que tem feito muito para buscar o desenvolvimento de pessoas”, pontuou. Salientou a expertise da palestrante no tema e convidou a todos para trocar experiências, ampliar conhecimento e fortalecer vínculos profissionais.

Ferramenta poderosa

“A CNV é uma ferramenta poderosa para lideranças que desejam fomentar um ambiente de trabalho positivo, reduzir conflitos e promover um clima organizacional colaborativo”, disse Juliana. Afirmou que pode trazer benefícios reais para o dia a dia. “No mundo do trabalho, ela se massificou e como todo o conteúdo que se massifica também vai ganhando alguns contornos de simplicidade. A comunicação não-violenta é uma prática intensa que traz uma série de caminhos para as pessoas se relacionarem e se comunicarem. Vamos esquecer o conceito de que CNV são técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Mas sim são focos de atuação pelos quais buscamos desenvolver essa linguagem”, disse.

De acordo com ela, a CNV é a forma pela qual as pessoas trocam conhecimento e informação. “Se eu tenho um time de colaboradores brilhantes, mas que não se comunicam, tenho esses saberes completamente isolados. Eu não construo uma inteligência coletiva. A comunicação está em todas as áreas da nossa vida e quando temos mais confiança, um dos grandes benefícios da comunicação não-violenta pela liderança, esses saberes e as informações importantes conseguem circular”, acentuou.

Portanto, a CNV ajuda as pessoas a reformular a maneira pela qual se expressam e ouvem os outros. “Nossas palavras, em vez de serem reações repetitivas e automáticas, tornam-se respostas conscientes, firmemente baseadas na consciência do que estamos percebendo, sentindo e desejando”. Juliana reforça que assim somos levados a nos expressar com honestidade e clareza, ao mesmo tempo em que damos aos outros uma atenção respeitosa e empática.

Elementos de atuação da CNV

“Em toda a troca, acabamos escutando nossas necessidades mais profundas e as dos outros. A CNV nos ensina a observarmos cuidadosamente (e sermos capazes de identificar) os comportamentos e as condições que estão nos afetando. Aprendemos a identificar e a articular claramente o que de fato desejamos em determinada situação. A forma é simples, mas profundamente transformadora”, explica.

Juliana ainda detalhou os focos de atenção da CNV: observação, sentimento, necessidades e pedido. “Perceber a situação de forma objetiva, sem julgamentos ou interpretações pessoais, focando nos fatos concretos, nos permite a identificar e nomear os sentimentos envolvidos, tanto os próprios quanto os da equipe, para promover compreensão e empatia. Assim reconhecemos as necessidades subjacentes que estão gerando os sentimentos, compreendendo o que é realmente importante para todos. E, por fim, podemos formular pedidos claros e específicos, sem impor exigências, garantindo que as necessidades sejam comunicadas de forma respeitosa e assertiva”, conceitua.

Pontuou que observar fatos concretos sem emitir julgamentos ou suposições sobre a situação é um dos primeiros elementos quando colocamos em prática a CNV. “É desta forma que promovemos a troca de entendimento entre as pessoas, ampliando as possibilidades de compreender e ser compreendido, escutar e ser escutado”.

Conexão não é afinidade

Reforçou que a CNV não é um jeito bem legal e bem educado de falar que o outro está errado. “Ela não é um atalho, um malabarismo para dizer a alguém que está falando uma coisa completamente idiota. Não é essa manobra, esse atalho que se usa para falar coisas difíceis sem nenhum impacto na relação. A ideia da comunicação não-violenta não é que a gente não tenha mais conflitos, mas sim que a gente crie relações, espaços, ambientes seguros para que os conflitos possam surgir e trazer o que eles têm que trazer”, analisou.

Juliana disse que comunicação deve ser pensada como uma conexão, que traz caminhos que se aplicam independente de, por exemplo, afinidade. “Somos um mosaico humano, quebra-cabeças humano, cheios de particularidades. Cada um de nós tem a nossa cultura, sucessos, medos, valores, crenças, constituição familiar, fracasso, história afetiva, e tudo isso vai com a gente para a nossa comunicação”.

Ao finalizar sua apresentação, Juliana deixou uma mensagem para reforçar que pessoas movem resultados: “Todos somos o melhor que podemos ser até que aprendamos uma forma nova de sermos melhores ainda”.

 

Texto: Básica Comunicações
Fotos: Leandro Provenci