- 8 de outubro de 2019
- Por: Adriana Básica Comunicação
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Estrangeiros no Brasil e brasileiros no exterior é cada vez mais comum. Esses movimentos migratórios são motivados por diferentes razões, desde a fuga dos seus países por razão de sobrevivência até por interesse profissional. Segundo as Nações Unidas, estima-se que atualmente 258 milhões de pessoas vivem em um país diferente do seu de nascimento, um aumento de 49% desde 2000.
Integrar essas pessoas ao novo país é um desafio das políticas públicas e, em menor número, do mercado corporativo, que absorve essa massa de trabalhadores. Hoje, com a economia global, há uma demanda pela mão de obra qualificada e especializada de empresas e de empregadores. Assim, o RH acaba por desempenhar um papel fundamental no processo, não apenas para identificar e atrair esses talentos, como para ambientá-los no país.
A ABRH-PR, atenta a esta realidade, lançou o Grupo de Estudos Mobilidade Global de Pessoas sob a coordenação da especialista em Mobilidade Internacional e criadora da Master XPAT, Mabel Vidal, e da sócia da área de Global Mobility Services da KPMG, Janine Goulart. O Grupo trata da transferência internacional de pessoas, ou seja, estrangeiros indo a trabalho ao Brasil e brasileiros em trabalho no exterior. “Todos os temas relacionados ao processo de mobilidade global de pessoas envolvendo aspectos imigratórios, fiscais, trabalhistas e previdenciários, bem como, questões voltadas para a gestão de expatriados”, explica Mabel.
O papel do RH expatriação
Desde 2012 é divulgado pelo Governo Federal o Relatório Anual do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra). A edição de 2019 mostrou que no ano anterior, o número de carteiras de trabalho emitidas foi de 36.384, o maior desde o início da publicação do estudo.
O RH das organizações é imprescindível no processo de expatriação de estrangeiros. Por isso, é importante identificar as características técnicas e comportamentais do profissional, avaliando a sua capacidade intercultural. Além da documentação necessária, muitas vezes as empresas oferecem suporte para a relocação do estrangeiro, como a busca de moradia, escola para os filhos, meios de transporte, entre outros. “O RH precisa estar atento às oportunidades de desenvolvimento e retenção dos seus profissionais estando em conformidade com as obrigações fiscais, trabalhistas, migratórias e previdenciárias. Também deve atuar de formar estratégica buscando oportunidades de redução de custos e mitigação de riscos”, complementa Mabel.
Números da migração no Brasil
Segundo o OBMigra, de 2012 a 2018 as principais nacionalidades de imigrantes que vierem ao Brasil foram, em ordem: haitianos, bolivianos, venezuelanos, colombianos, argentinos, chineses, portugueses e peruanos. Particularmente, em 2018, foram: venezuelanos (39%), haitianos (14,7%), colombianos (7,7%), bolivianos (6,8%) e uruguaios (6,7%).
O relatório ainda revela que de 2010 a 2018 foram registrados no Brasil 774,2 mil imigrantes. Desse total, 395,1 mil imigrantes são de longo termo (superior a um ano). As regiões mais procuradas pelos imigrantes são: Sudeste (55,1%) e Sul (20,5%). Na América Latina, a média de imigração nos países é de sete milhões, enquanto na América do Norte é de 50 milhões.
“A mobilidade global de pessoas faz parte do dia a dia dos profissionais de RH de muitas empresas e estar atualizado com as tendências e legislações vigentes é de extrema importância”, finaliza Mabel. Os próximos encontros do Grupo serão nos dias 26 de outubro e 30 de novembro.
Coordenadoras
Mabel Vidal é especialista em Mobilidade Internacional (expatriação). Com 26 anos de experiência no mercado. Criadora, em parceria com a Lion Tax, do Master XPAT: um treinamento completo em todas as áreas do processo de expatriação. Implementação de área de mobilidade global nas empresas Volvo, Banco HSBC e Banco Bradesco. Atual presidente do grupo GAE – Grupo Adm Expatriados do Paraná e Santa Catarina e
Janine Goulart é sócia da área de Global Mobility Services da KPMG. Possui mais de 20 anos de experiência, atuando na área de Recursos Humanos e Mobilidade global de pessoas. Foi responsável por projetos conduzidos junto a empresas multinacionais dos setores automotivo, bens de consumo, saúde, tecnologia, aviação, entre outros. Além de atuar no mundo corporativo, é também Diretora de Relacionais Institucionais da ABRH Campinas.