O bem-estar dos colaboradores vai além de programas ou iniciativas isoladas. No ambiente de trabalho, o bem-estar é uma mentalidade compartilhada, com comportamentos alinhados, viabilizada por líderes e gestores. Os programas devem integrar todos os aspectos da cultura organizacional: bem-estar emocional, físico, social e financeiro, englobando os empregados, suas famílias, organizações e comunidades.

Essas são algumas das percepções da Pesquisa de Diagnóstico de Bem-Estar de 2022, realizada pela WTW Brasil, apresentada no Bom Dia RH/CompartLHR, nesta terça-feira (01/08), no Hotel Deville. O evento foi organizado pela ABRH-PR e a WTW Brasil, tendo o apoio da Rádio Band News FM.

Bom Dia RH/CompartLHR

Para falar sobre a pesquisa, participaram do evento Walderez Fogarolli e Telma Nagano, respectivamente, Diretora de Gestão de Saúde e Diretora de Vida e Produtos da WTW Brasil, e Charmoniks Heurer, Vice-Presidente da ABRH-PR. A mediação ficou a cargo de René Ballo, Diretor de Consultoria em Benefícios na WTW Brasil.

Na abertura, o Presidente da ABRH-PR, Gilmar de Andrade reforçou o propósito da Associação de que é preciso conectar pessoas para transformar as organizações. “E nesse contexto, os profissionais de RH são agentes de mudanças para tornar as organizações melhores. Desafio é convencer os executivos principais que as pessoas fazem a diferença nas organizações”. Na ocasião foi anunciado o novo patrocinador de gestão da ABRH-PR, a Benner Sistemas.

Fabrizio Zerbone, Head de Novos Negócios de Saúde e Benefícios na WTW Brasil, e Andrea Domingues, executiva comercial da empresa em Curitiba, falaram sobre o CompartLHR, que visa a conectar e desenvolver pessoas, dividir experiências, promovendo a saúde e bem-estar dos colaboradores.  A WTW é uma organização global com 46 mil funcionários que atuam em 140 países. Faz a consultoria de corretagem e soluções em seguros nas áreas de riscos corporativos, projetos de consultoria em RH e produtos em Saúde, Vida e Odontologia. São 200 anos de atuação no mundo e, no Brasil, desde 1954.

Programa de bem-estar integrado

René Ballo disse que a pesquisa da WTW Brasil demonstrou que 89% das empresas têm como principais preocupações a saúde mental dos colaboradores, e como problemas o estresse e esgotamento. E 97% afirmaram que o bem-estar de seus empregados é uma prioridade importante para os próximos três anos. Aproximadamente 51% das empresas têm sido eficazes ao proporcionar suporte de saúde mental adequado para funcionários e seus dependentes em tempo hábil. O bem-estar físico está como prioridade em 94% do universo pesquisado, o financeiro em 66% e o social em 71%.

De acordo com Walderez Fogarolli, o estresse e o esgotamento trazem grandes estragos dentro das organizações, que têm voltado os olhos para cada vez mais proporcionar estabilidade e manter o equilíbrio entre os funcionários.  “Para que a empresa identifique em tempo hábil uma situação, as pessoas precisam ter liberdade de expressão e de perder o medo de se colocar e de se expor que está precisando de ajuda. Programas de saúde emocional devem envolver treinamento de quebra de estigma, sensibilização de empregados e um treinamento específico para líder”, disse.

Em relação à comunicação e liberdade de expressão, Charmoniks Heuer, vice-presidente da ABRH-PR, afirmou que dentro do ambiente de trabalho, os funcionários têm medo de falar de seus problemas. “As pessoas devem ser vistas e escutadas. Por outro lado, também devem entender o que as empresas estão fazendo por elas. Cabe ao líder criar essa conexão, cuidar do funcionário”.

Pilar físico

Quanto ao bem-estar físico, é fundamental o fortalecimento de programas oferecidos pelas empresas. Como o estímulo à prática de atividades físicas, alimentação saudável, programas de ergonomia para reduzir doença ocupacional, rastreamento de doentes crônicos, entre outros. Também, cabe aos funcionários cuidar de sua saúde, seguindo as orientações do médico de confiança, tomando os remédios e fazendo os exames necessários.

As empresas estão adotando alternativas para proporcionar bem-estar físico para suas equipes. Além de planos de saúde, estão escutando os funcionários e procurando saber o que eles gostam, para criar ações de engajamento. Dar continuidade às ações e programas. “O importante é manter a perenidade, escutar o interesse do colaborador e ter senso de comunidade”, destacou Telma Nagano.

Bem-estar social

Dois pontos têm sido apontados como relevantes nos programas de bem-estar social: modelo de trabalho (remoto, presencial e híbrido) e a inclusão e diversidade. No primeiro aspecto, as organizações devem flexibilizar a forma de trabalho, visando sempre o bem-estar e a produtividade, que variam conforme a geração, o estilo de vida. As iniciativas de inclusão e diversidade passaram de aspirações para o principal fator de influência na estratégia de benefícios para grande parte das organizações

O bem-estar social envolve a conexão com o trabalho, a família e comunidade e o propósito de vida. Compreender como apoiar e colaborar com os outros, aceitar e promover a diversidade e ser inclusivo são elementos essenciais dessa dimensão. O bem-estar social inclui cultivar o senso de pertencimento e valor pessoal.

Dimensão financeira

Alcançar a segurança financeira envolve a habilidade de gerenciar compromissos orçamentários, cumprir metas financeiras, proteger-se contra riscos e economizar para contingências e necessidades futuras, como educação, moradia ou aposentadoria. O pilar financeiro é chave para a construção de uma força de trabalho mais resiliente e manter o sucesso nos negócios. Deve envolver a criação de programas que ajudem os colaboradores a gerenciar melhor suas finanças e planejar seu futuro financeiro.

Por fim, os palestrantes afirmaram que o bem-estar deve estar incorporado nas políticas, nos programas e nos benefícios da organização e ser um norteador para moldar a cultura inclusiva desejada, impulsionando a melhoria da produtividade. Isso resultará na retenção de talentos e na geração de resultados de negócios sustentáveis.