- 27 de janeiro de 2025
- Posted by: ABRH-PR
- Categories: Atualidades, Gestão, Mercado de Trabalho
Promovendo a diversidade no meio corporativo e fora dele.
Quando falamos em inclusão, estamos falando em promover condições de igualdade para que todo colaborador, independente da sua situação e circunstância de vida, possa desenvolver na plenitude o seu talento e fazer a sua contribuição ao negócio utilizando o seu pleno potencial.
A diversidade nas empresas é essencial para criar um ambiente plural, equitativo, justo e inovador. Ela está relacionada à representatividade dos diversos segmentos sociais e populacionais. A inclusão, por sua vez, é a capacidade de reconhecer as diferenças, entendê-las e respeitá-las, criando um ambiente igualitário, respeitoso e inovador.
Apesar de ser um tema discutido no meio corporativo, ainda é possível dizer que existem empresas diversas, mas que não são inclusivas. Segundo a pesquisa “Diversidade Aprendiz”, realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 90% das empresas demonstram algum nível de preocupação com questões relacionadas à diversidade.
No entanto, quando as ações colocadas em prática são avaliadas, cerca de 40% dessas empresas ainda não implementam programas relativos ao tema em sua cultura organizacional. São empresas que ainda enxergam a diversidade e inclusão como algo que tem que ser feito para atingir metas/cotas estabelecidas, atender a legislação ou porque é “politicamente correto” para manter uma boa imagem.
Para a líder do Grupo de Aprendizado e Conexão – Diversidade e Inclusão, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-PR), hoje Conselheira e Membro de Comitê, Claudia Malschitzky, as organizações muitas vezes têm a sensação de que estão promovendo diversidade e inclusão com ações independentes e soltas estrategicamente, para celebrar algum momento ou para reviver alguma data, mas “quando falamos em inclusão, estamos falando em promover condições de igualdade para que todo colaborador, independente da sua situação e circunstância de vida, possa desenvolver na plenitude o seu talento e fazer a sua contribuição ao negócio utilizando o seu pleno potencial”, pontua.
A mudança parte de um processo de sensibilização para o tema, fazendo com que as pessoas pensem e reflitam sobre o assunto. Incluir efetivamente é quando se faz parte naturalmente da estratégia da organização:
“Não basta convidar para a festa, mas é preciso criar um ambiente onde todos possam dançar, cada um de seu jeito ou como a vida lhe permitiu”, comenta Cláudia.
Empresas que desejam fomentar um ambiente inclusivo para os colaboradores precisam ter um planejamento estratégico atuando em diversas fases e com o apoio de outras áreas, como a comunicação, por exemplo.
“As organizações podem iniciar o olhar estratégico através de dois pontos de partida: ensinando e sensibilizando pessoas. Sugerimos seguir seis passos práticos para a empresa implantar uma cultura de diversidade. Primeiro, mapear sua demografia interna, verificando qual o cenário dos grupos minorizados. Em seguida, sensibilizar através de um programa para abordar o tema. O terceiro passo é estabelecer grupos de afinidades (comitês, comissões e/ou grupos de trabalho) para representar os grupos minorizados com patrocínio dos executivos. A estratégia de comunicação deve ser o passo seguinte. É preciso ter uma mensagem definida em cima dos passos anteriores para apoiar todas as iniciativas propostas na estratégia. Em quinto e sexto lugar estão a definição de métricas para mensurar os resultados e acompanhá-los, respectivamente”, detalha a líder.
Principal desafio enfrentado pelas organizações
Quando promovemos a diversidade, promovemos também uma abrangência de pensamento e um maior entendimento do público, além de alcançar uma percepção diversificada e mais completa de uma situação, produto ou serviço que será entregue para a sociedade. Entretanto, algumas organizações ainda não compreendem o tema como uma ação ou iniciativa de negócio. Segundo Cláudia, este é o principal desafio no meio corporativo:
“Uma vez que se consiga levar esse conceito de diversidade de pensamento e de enfoques diferentes e complementares para a alta diretoria, para o seu conselho, para o grupo de executivos entenderem que isso é um movimento estratégico, você talvez supere o maior dos desafios. É olhar culturalmente a diversidade como uma estratégia de negócio, um entendimento muito mais abrangente e completo de seu público”, afirma.
Empresas e o mundo organizacional, em geral, exercem grande influência no comportamento cultural das pessoas. As empresas formam indivíduos que contribuem para a construção de um mundo melhor. Não apenas desenvolvem profissionais-máquinas. Hoje, a responsabilidade corporativa com a diversidade e inclusão é capaz de transcender a organização e chegar na sociedade.
“Não existe mais o papel do colaborador dentro da organização e um outro diferente na sociedade. Somos uma única pessoa desde o momento que acordamos ao momento que dormimos. São os mesmos valores e propósitos que nos guiam em todos os momentos. Portanto, você como líder que influencia positivamente os seus colaboradores a trabalhar de uma forma mais colaborativa, mais inclusiva, com certeza irá transcender para a vida pessoal, transcender para a vida social e conseguirá efetivamente fazer uma mudança para deixar o mundo melhor”, finaliza Cláudia.