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Bom Dia RH abriu espaço para reflexões sobre mudanças na carreira, no ambiente de trabalho e no cuidado com pessoas

Cerca de 170 profissionais se inscreveram para o Bom Dia RH realizado em 20/10 no Bourbon Curitiba Convention Hotel, número que foi destacado pelo presidente da ABRH-PR, Gilmar Andrade, na abertura do evento: “É muito gratificante estar aqui com a casa cheia. É um dia de muita troca e muito conhecimento, em que damos mais um passo para cumprir nossa missão: conectar pessoas para transformar organizações”.

O público também recebeu as boas-vindas de Aline Lopes, gerente de vendas do Bourbon Hotéis & Resorts. “É uma honra continuar esta parceria com a ABRH-PR e poder recebê-los aqui, presencialmente, depois de tanto tempo”.

 Como será o futuro das carreiras

O primeiro palestrante foi Leandro Souza, CEO da plataforma How, dedicada a metodologias ágeis de aprendizado contínuo. Com o tema “O futuro das carreiras e a carreira do futuro”, Leandro provocou os participantes a reflexões sobre mudanças de carreira e desenvolvimento de novas habilidades. “Quanto tempo uma pessoa precisa para aprender uma coisa nova? E se eu disser para vocês que, em 20 horas, é possível ter a base necessária para iniciar algo novo?”, questionou.

A partir dessa ideia, o palestrante falou sobre tendências para o futuro profissional, apontando alguns elementos de destaque como domínio de tecnologia, automação e a necessidade de uma mudança cultura sobre o papel do trabalho em nossa vida. “Cada vez mais vamos fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Não teremos uma única função, nem estaremos vinculados a uma só empresa. Os profissionais múltiplos serão os mais buscados porque terão um repertório mais amplo de conhecimentos”, complementou.

Durante a palestra, o CEO da How também pontuou três características essenciais para todos os profissionais do futuro. A primeira é o pensamento exponencial, que permitirá que todos os projetos atinjam um número maior de pessoas; a segunda é a fluência em tecnologia e a terceira são as soft skills. “Saber trabalhar em equipe é fundamental, ter empatia. Não dá mais para não pensar nas pessoas em primeiro lugar. Quem não pensa nos colaboradores e nos clientes não vai sobreviver”, ressaltou Leandro.

Contratação de PJ deve ser feita pela área de compras

A Advogada Lucyanna Lima Lopes, que integra o grupo de estudos de práticas jurídicas da ABRH-PR, deu sequência à programação do evento com uma apresentação didática sobre “Como contratar PJ sem riscos”. Desde a reforma trabalhista, que atualizou regras da terceirização, a grande maioria dos profissionais de RH passou a encontrar situações desafiadoras no dia a dia.

“A contratação de PJ deve ser feita pelo setor de compras, pois estamos estabelecendo uma relação de prestação de serviços”, destacou Lucyanna. A profissional pontuou as principais dúvidas da rotina de contratação de pessoas jurídicas, mostrando os caminhos possíveis para que as empresas cumpram a lei sem prejuízo para nenhuma das partes envolvidas.

Dividindo os tópicos em antes, durante e após a contratação, a especialista trouxe um olhar prático sobre como são as relações de prestação de serviços em caso de terceirização. “Sempre existem riscos, mas eles são menores quando seguimos as boas práticas e a legislação vigente”, pontuou Lucyanna. “É uma questão de cultura organizacional, de ensinar os líderes a diferença entre PJ e CLT”, concluiu.

Presencial, remoto ou híbrido: não há um modelo certo

Na palestra “Pessoas no contexto da governança corporativa”, o CEO da Proposito/TRANSEARCH, André Caldeira, falou sobre os desafios enfrentados pelas organizações em processos de sucessão e contratação de profissionais C-Level. Utilizando sua ampla vivência na coordenação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), onde também é professor, Caldeira comentou sobre aspectos como confidencialidade, remuneração, avaliação e sucessão de executivos chave, bem como a importância da mudança de cultura e valores organizacionais no recrutamento de novos conselheiros.

Caldeira dividiu o palco com Janete Anelli, conselheira de administração do IBGC, com quem conversou sobre as oportunidades do RH com a pandemia e como os modelos de trabalho remoto e híbrido impactam nas relações interpessoais. “Não há um modelo certo ou definido, e acredito que nem teremos um formato ideal. Vai depender da cultura de cada empresa”, pontuou Janete. “É muito desafiador manter uma cultura firme, porque as empresas são organismos vivos. É essencial embarcar lideranças em processos de reavaliação cultural, pensando no agora com visão de futuro”, complementou o CEO da Proposito.

Escuta ativa: elemento para ser mais feliz

Para fechar a manhã do Bom Dia RH, o especialista em desenvolvimento pessoal Paulo Machado e o idealizador do Congresso da Felicidade, Gustavo Arns, trouxeram um painel sobre “Saúde, Bem-Estar no Trabalho e Felicidade”. Paulo mostrou dados de diversas pesquisas sobre a síndrome de burnout e o aumento de afastamentos por depressão, especialmente durante a pandemia. De acordo com a pesquisa Vigitel 2021, 11,3% dos brasileiros dizem já ter o diagnóstico médico de depressão. Como reflexo, as organizações percebem um novo movimento dos colaboradores: “Entre outubro de 2021 e agosto de 2022, seis milhões de pessoas pediram demissão voluntariamente. O número nunca esteve tão alto. Qual é a causa disso? Precisamos entender e tratar primeiramente das organizações para que possam cuidar das pessoas”, alertou Paulo.

O profissional falou sobre os custos da saúde mental nas finanças das empresas e citou que é preciso abandonar a ideia de que investir em bem-estar no trabalho é caro. Muitas vezes, mudanças simples contribuem para amenizar o estresse, como redução da quantidade de vídeo chamadas, do micro gerenciamento e da cobrança por produtividade a qualquer custo. “Cansa muito mais uma reunião on-line do que uma presencial. A fadiga mental é muito grande, e muitas empresas exigem reuniões o tempo todo para se certificar que o funcionário está produzindo”, disse Paulo, complementando com sugestões para mudar as práticas corporativas: estabelecer um ambiente de confiança e respeito, praticar a escuta ativa e despertar um senso de propósito nos colaboradores para que encontrem significado no trabalho. “Falamos muito sobre absenteísmo no RH, mas precisamos falar sobre presenteísmo”, continuou o palestrante Gustavo Arns, se referindo ao excesso de comunicação vivenciado em todos os ambientes. “As pessoas estão falando e nós estamos olhando para o celular, dizendo ´estou te ouvindo’, mas na verdade não estamos escutando”, observou Arns.

Ao longo de sua fala, o painelista falou sobre a importância de os gestores assumirem o papel de mudar essa cultura, incentivando a prática da escuta ativa. Entusiasta e estudioso da Ciência da Felicidade, Arns explicou o conceito de felicidade de acordo com diversos autores contemporâneos: “É a combinação de cinco elemento: o bem-estar físico, o emocional, o intelectual, o relacional e o espiritual. Quando cuidamos de cada um desses elementos, naturalmente encontramos a felicidade”, destacou.

Pessoas e a sustentabilidade dos negócios

À tarde o “Bom Dia RH – Boas Práticas em Gestão de Pessoas” iniciou com a palestra “O Papel da Liderança na Construção de Empresas Sustentáveis”, com Cezar Almeida, Head da Yevo e professor de MBA do IMEC.

“O que motiva a sustentabilidade é um novo padrão de consciência”. A partir dessa frase, Almeida delineou a sua fala mostrando que é papel do líder olhar com cuidado as pessoas, considerando as dimensões econômicas, sociais, ambientais e culturais. Especialmente nesse universo de mudança, velocidade e simultaneidade, “nunca tínhamos enfrentado um mundo assim. E, além desses, há um elemento novo: a colisão, com sistemas divergentes disruptando simultaneamente”, disse.

Almeida explicou o que é a Web 3.0, “a chance de sermos donos do que fazemos no ambiente que estamos” – a partir de um novo protocolo: de coisas físicas e não físicas. Neste contexto, questionou o conceito de real e virtual, exemplificando: “qual a última vez que vocês viram os seus salários? Ele é real, mas virtual. Físico e não físico, ambos são reais! As mudanças de consciência estão convergindo”.

Ele ainda mostrou alguns dados que comprovam que as pessoas estão com medo das empresas, enfocando a preocupação dos RHs com a segurança psicológica e o aumento do turnover. Na questão da saúde mental, Almeida citou Jay Shetty e o seu livro “Pense como um Monge”, em que ele traz o conceito TIMES: T (gratidão/thankfulness), I (Introspecção), M (Meditação), E (Exercício) e S (Sono).

Por fim, falou sobre as premissas de ser um líder sustentável nos dias de hoje: ter autocuidado, liderar em um rizoma, trabalhar do futuro para trás, gestão de pessoas e fortalecer a cultura organizacional.

“Quem planta acho, colhe talvez”

Na sequência, diretora de Pessoas e Performance da Viasoft, Flávia de Sá, apresentou o case “Voors – Elevando a Performance ao Ponto mais Alto”. O Voors é uma tecnologia desenvolvida pela Viasoft, empresa que atua há 30 anos no mercado, em que a solução é uma consultoria especializada em gestão de pessoas. “Queremos oferecer o expertise, ancorada na tecnologia”, frisou Flávia.

“O mundo pede transformação – não dá para entender que o nosso local de trabalho é estável ou linear. Precisamos antecipar as situações, inclusive crises.”, comentou. Para isso, ela defende a criação de ações que sejam sustentáveis com as lideranças, pois lidar com pessoas é lidar com imprevisibilidade.

Segundo dados apresentados pela Flávia, 70% das tentativas de transformações empresariais fracassam e 88% das maiores empresas de 60 anos atrás não existem mais.

“Será que estamos trabalhando para que as nossas empresas sejam escaláveis e sustentáveis?”, questionou.

Flávia apresentou como é a Trilha Voors, “acreditamos que o ativo mais importante das empresas são pessoas certas, nos lugares certos, fazendo as coisas certas. O líder é um instrumento de desenvolvimento, sem gerar submissão ou paternalismo”, disse.

Ela explicou que a Trilha tem sete fases: warm up, sincronismo, remodelagem, desdobramento de metas, transição digital, execução assistida e mentoria. Flávia citou que a solução iniciou dentro da própria Viasoft para mapear e nivelar conceitos. “A empresa possui 650 colaboradores diretos e todo o time possui indicadores. Nossos colaboradores conhecem as suas responsabilidades e seus entregáveis”. Para ela, a tecnologia contribuiu para encontrar talentos.

O evento terminou com sorteio de brindes da Nube e Dental Uni. Acompanhem pelas redes sociais, os próximos eventos da ABRH-PR!